quarta-feira, 13 de abril de 2011

DINÂMICAS DE GRUPO

UM POUCO DE HISTÓRIA...

Estudiosos afirmam que tudo começou com as ingênuas brincadeiras das crianças, as quais imitavam seus pais, provavelmente retratando as guerras entre tribos ou as lutas que tinham com animais. Em 1933, foi realizada uma pesquisa para verificar se o estresse e as condições estruturais das fábricas influenciavam o trabalho dos operários, o que foi comprovado! Com algumas melhorias introduzidas nas fábricas, os operários tiveram uma significativa melhora.

O conceito de dinâmica de grupo como o conhecemos hoje surgiu entre 1935 e 1955. Em Psicologia Social, o grupo é a instância que estabelece a ligação entre o individual e o coletivo. Neste âmbito, emerge como um conceito que vai além dos indivíduos que o compõem. Como elementos centrais da definição de um grupo, pode-se destacar a interdependência funcional entre os seus membros, a partilha de um objetivo comum e a existência de papéis e normas.

Um dos teóricos mais influentes para o estudo dos grupos foi Kurt Lewin, que foi um dos criadores da Teoria da Dinâmica dos Grupos, que procura analisar, do ponto de vista interindividual, as estruturas do grupo, como o poder, a liderança e a comunicação.

Participamos e coordenamos vários grupos ao longo da vida: na escola, na igreja, em casa, no trabalho... Cada grupo tem um objetivo e dinâmica próprios.

A dinâmica de grupo é usada como ferramenta com fins de aprendizagem nos Estados Unidos desde 1950. No Brasil, imagina-se que ela começou a ser utilizada em escolas e empresas na década de 70, mas não há dados que comprovem isso.

IMPORTÂNCIA DAS DINÂMICAS:

  • Contribuem para o entrosamento das pessoas;
  • Estimulam a participação de todos(as);
  • Movimentam o momento, tornando-o agradável;
  • Provocam uma reflexão prévia sobre o que se deseja estudar (dependendo da dinâmica a ser utilizada);
  • Promovem a interação entre o(a) facilitador(a) e o grupo.

TIPOS:

1. Apresentação - Utilizada na apresentação de novas crianças no grupo;

2.Aquecimento - Utilizada quando o grupo encontra-se ”adormecido”, “desanimado”, ou se encontra muito tempo numa mesma posição, proporcionando esses comportamentos;

3. Integração - Facilita o contato e o entrosamento entre as crianças do grupo;

4. Concentração – Deve ser utilizada quando as crianças estão dispersas contribuindo para a concentração na próxima atividade;

5. Trabalhando Temas – Ideal para crianças maiores (9 a 12 anos), pois, requer reflexão mais aprofundada sobre um determinado tema a ser estudado;

6. Avaliação - Importante utilizá-la quando estiver concluindo a discussão de um tema que durou algum tempo, ou para avaliar o grupo, a atividade desenvolvida por um período.

OBJETIVOS:

É necessário termos objetivos claros e definidos quando aplicarmos as dinâmicas com as crianças, pois estas poderão contribuir consideravelmente para o desenvolvimento de valores que a acompanharão por toda a sua vida.

É importante salientar que o(a) facilitador(a) deve ter habilidade, esforço e entusiasmo para que as dinâmicas sejam eficientemente aplicadas e encaradas com seriedade e criatividade.

CUIDADOS NECESSÁRIOS:

  • Ore para que o Senhor conceda sabedoria na aplicação das dinâmicas;
  • Prepare o ambiente e os materiais que irá necessitar com antecedência;
  • Escolha a dinâmica, se possível, de acordo com o tamanho, tipo e faixa etária das crianças;
  • Tome cuidado com o tipo de dinâmica a ser aplicada quando houver visitantes no grupo;
  • Explique bem a dinâmica para as crianças e pergunte se elas entenderam direitinho;
  • Procure compreender os limites das crianças e provoque a reflexão sobre esses limites (Ex. Se você for aplicar uma dinâmica que necessite correr e houver alguma criança impossibilitada dessa tarefa, solicite que ela observe a atividade e o(a) ajude na facilitação da mesma. A criança deve ser incluída dentro da atividade; se ela não estiver bem e não quiser participar, respeite);
  • Esteja sensível as reações do grupo. Não quebre as tradições com muita rapidez! Preste atenção ao retorno que o grupo está dando;
  • Seja flexível. Esteja preparado(a) para as “surpresas” e não permita que as dinâmicas se tornem cansativas;

Tenha coragem para experimentar idéias novas e inovar seu encontro com as crianças!

SUGESTÕES DE DINÂMICAS DE GRUPO PARA O TRABALHO COM CRIANÇAS

A ) Apresentação:

1. O/A jornalista – O/a facilitador/a solicita que as crianças formem duplas e dará um tempo para que uma entreviste a outra e vice e versa. Após o tempo determinado as duplas deverão apresentar seu/sua entrevistado/a para os/as demais participantes no grupão.

2. Meu nome em ação - O/a facilitador/a pede para que o grupo forme um círculo e que cada participante pense em uma palavra que comece com a primeira letra do seu nome e que se possível tenha algo a ver com sua pessoa (por exemplo: Alice – Agitada). Cada palavra deve ser acompanhada por um gesto que a represente. Um/a participante vai ao centro do círculo, fala seu nome, a palavra e faz o gesto. Volta ao círculo e, todos/as juntos deverão repetir – o nome da pessoa, a palavra e o gesto, e assim sucessivamente, até que todos/as sejam apresentados/as.

B) Aquecimento:

1. Salada de Frutas - O grupo senta em cadeiras em círculo. O facilitador/a solicita que um/a voluntário/a retire sua cadeira e se posicione no centro do círculo. O/a facilitador/a dá a cada participante o nome de três frutas (uma para cada participante) até concluir o círculo. A pessoa do centro deverá chamar uma das frutas, as outras que representam esta fruta, deverão trocar de lugar enquanto que a do centro deverá ocupar um dos lugares vazios. Se a pessoa do centro falar “Salada de Frutas”, todos/as têm que trocar de cadeiras. O/a facilitador/a pode fazer uma variação da técnica trocando o nome das frutas para conhecer melhor o grupo. Ao invés de dizer o nome da fruta, a pessoa que sobra deve dizer: TROQUE DE LUGAR SE... você gosta de chocolate, se você tem irmãos, se você mora em Olinda, se você está de amarelo e assim sucessivamente, cada participante usa a criatividade para solicitar a troca de lugares.

2. A Galinha Louca – O/a facilitador/a explica que cada participante vai contar de 1 a 8 enquanto sacodem a mão direita no ar. Repete o procedimento enquanto balança a mão esquerda; depois com o pé direito e por fim com o esquerdo. O grupo repete as ações contando até 4, 2 e por fim 1. Quando contar 1 deverá fazer por duas vezes.

C) Integração:

1. Pontos de Contato – O/a facilitador/a pede para que os/as participantes andem pela sala. Depois, solicitará que formem grupos de acordo com um número que disser. Repetirá algumas vezes, trocando os números. Depois de algum tempo, deverá explicar que cada grupo vai trabalhar como um corpo só. Cada vez que o/a facilitador/a disser um número, o grupo tem que manter tantos pontos de contato com o chão quanto for o número dito. Por exemplo, se o/a facilitador disser 10, então cada grupo tem que manter 10 pontos de contato com o chão. Ninguém pode separar-se do seu corpo/grupo.

2. Cadeira solidária – O/a facilitador/a solicita para que o grupo forme um círculo com as cadeiras viradas para fora. As cadeiras deverão estar com o número de participantes menos uma. Estes/as passearão ao redor da cadeira enquanto se toca uma música. Ao parar a música todos/as deverão sentar, ninguém pode ficar de fora. O/a facilitador/a vai retirando as cadeiras até ficar com um número mínimo e todos/as os participantes devem estar sentados/as. O grupo criará estratégias para não deixar ninguém de fora.

D) Concentração:

1. Passeio ao Zoológico – Formam-se duas filas, uma de frente a outra. O/a facilitador/a dará aos participantes os nomes dos personagens referentes a história.

O/a facilitador/a lerá a história para as crianças que ao ouvirem os nomes de seus personagens deverão dar uma volta ao redor da sua fila e retornar ao seu lugar.

PASSEIO AO JARDIM ZOOLÓGICO

Era um lindo dia de abril. O Sr. Pereira disse à sua esposa Sra. Pereira que gostaria de ir ao Jardim Zoológico. Seria um maravilhoso passeio com as crianças, Joãozinho e Mariazinha. A Sra. Pereira ficou contente pelo convite e logo preparou um gostoso lanche que seria consumido no Jardim Zoológico. Joãozinho e Mariazinha não cabiam em si de tanta alegria e diziam: - Que beleza! Vamos ver os ursos brancos e os ursos pretos, os macacos, os leões, os tigres, as girafas...

A família pereira saiu de casa feliz e tomou o ônibus que a levaria ao Jardim Zoológico.

Ao chegarem, Joãozinho e Mariazinha logo se dirigiram para onde estavam os macacos. Eles gostavam demais das gracinhas que os animais faziam. O Sr. Pereira e a Sra. Pereira gostavam mais dos ursos brancos e dos ursos pretos. Os animais que causavam medo eram os leões e também os tigres. As girafas pareciam andar com a cabeça no andar superior. Mas, o tempo passava depressa e o Sr. Pereira e a Sra. Pereira chamaram Joãozinho e Mariazinha para comerem o lanche. Joãozinho e Mariazinha gostavam de dar pedaços de doces aos macacos e jogavam para eles também amendoins e balas. Mas o guardião correu e admoestou os meninos para não jogarem coisas aos macacos. No entanto, já chegou o pôr-do-sol e tinham que voltar para casa.

O casal Pereira, Joãozinho e Mariazinha e todos os animais: macacos, leões, tigres, girafas, ursos brancos e ursos pretos, cumprimentaram também o guardião , pedindo desculpas pelo que aconteceu. E dando o último olhar aos macacos, aos leões, aos tigres, às girafas e aos ursos brancos e ursos pretos, o Sr. Pereira, a Sra. Pereira, Joãozinho e Mariazinha, deixaram o Jardim Zoológico e voltaram felizes para casa.

2. Quem é o líder? – O/a facilitador/a solicita que um/a voluntário/a se retire da sala e o resto do grupo deverá formar um círculo e escolher um/a líder para seguir. Este/a deverá fazer movimentos que o restante do grupo deverá seguir. O/a voluntário/a será chamado/a para identificar quem é o/a líder. Terá 3 chances para descobrir.

E) Trabalhando Temas:

1. Histórias Coletivas O grupo senta em círculo e o/a facilitador/a começa a história: Esta é a história de... e como... (relacionado ao assunto trabalhado). Por exemplo: esta é a história de Marta e como ela aprendeu a obedecer a Deus... Outra criança continua a história, mas só pode falar uma sentença. A história passa de uma pessoa para a outra à sua direita e deve continuar até que todos/as possam falar e a história ser concluída.

2. Perguntas no ar – Cada participante recebe um balão de sopro e um pedaço de papel. Todos escrevem uma pergunta, dúvida ou comentário sobre o assunto trabalhado na aula. Coloca o papel dentro do balão e então enche-o. Após fechar o seu balão cada um começa a brincar com ele e a trocar com os outros participantes sem deixar nenhum balão cair. Depois de um tempo cada participante deverá pegar um dos balões, estourá-lo e ficar com o papel que estava dentro. Em círculo, cada um poderá ler e comentar o que está escrito no papel.

F) Avaliação:

1. Que Bom... Que pena... Que tal... – Num quadro ou flipt chart, escreva as palavras. Distribua com as crianças tarjetas coloridas representando cada uma das frases: Ex. Que bom! (amarela), Que pena... (rosa), Que tal? (Verde) e solicite que elas respondam essas perguntas. Ao terminarem, chame cada uma das crianças para colar abaixo de cada frase a tarjeta e ler para as demais.

2. O Presente – Todos/as sentam em círculo. Cada um/a pensa em um presente que gostaria de dar para a pessoa a sua direita. O presente pode ser um objeto, uma emoção ou algo relacionado ao que aprendeu no dia. Cada um/a dará seu presente utilizando mímica ou palavras. O exercício continua até que todos/as tenham participado.

BIBLIOGRAFIA UTILIZADA/CONSULTADA:

- BOLTE, Chuck E MCCUSKER, Paul. Peças Rápidas e Quebra-Gelos. Ed. Vida Nova.

- BORGES, Giovana Leal. Dinâmicas de Grupo – Redescobrindo Valores. Ed. Vozes.

- GONÇALVES, Ana Maria e PERPÉTUO, Susan Chiode. Dinâmicas de Grupo na Formação de Lideranças. DP&A Editora.

- MCCARTHY, Julie e GALVÃO, Karla. ARTPAD – Um Recurso para Teatro e Desenvolvimento. Brasil/Reino Unido, 2001.

- MERKH, David J. 101 Idéias Criativas para Professores – Ed. Hagnos.

- MINISTÉRIO DA SAÚDE, Projeto Acolher – ADOLESCER - Compreender, Atuar e Acolher,2001, Brasília – DF.

- PESQUISA GOOGLE.

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